Gerando grande repercussão pelo Brasil, a agressão contra professores por meio de estudantes é um dos assuntos que mais tem crescido nos últimos anos em diferentes regiões do país, causando a indignação de muitos, pela falta de segurança nas unidades escolares e universitárias e, pela violência praticada em sua maioria, por alunos menores de 18 anos.
Com péssimas condições de trabalho e salários precários, os professores agora são reféns de variados tipos de violência, sendo essas, física, moral e ofensiva, havendo até mesmo, mortes, nos casos mais bárbaros, visto que além dos materiais escolares, os estudantes têm levado para as escolas, armas de fogo, facas, estiletes, entre outros artigos que podem colocar a vida dos educadores em riscos.
Segundo pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), “o Brasil é país com maior número de casos de violências contra os profissionais da área educacional”.
Num cenário dividido entre a violência e o direito à educação ao outro, o estado do Rio de Janeiro, de 2014 a 2018, mais de 800 casos de ameaças aos professores foram registrados, o que resulta numa naturalização dessa situação dentro das salas de aula.
Em Rio das Ostras, cidade localizada no litoral norte do estado do Rio de Janeiro, por exemplo, o professor Thiago Conceição, de 31 anos, foi agredido pelos seus alunos na escola Ciep Municipal Mestre Marçal, em setembro do ano passado. Filmado por um estudante, o vídeo, que mostra o quadro branco sendo depredado, provas rasgadas e objetos sendo arremessados no professor, viralizou na internet e, o caso, foi exibido numa reportagem pelo Fantástico, programa de TV, da Rede Globo.
Para a professora atuante na cidade de Macaé, no interior do estado, Jaqueline Mateus, “não passei por essa situação, mas tenho colegas que já e isso é lamentável. Verdadeira falência do sistema educacional e dos valores da nossa sociedade. O professor tem que trabalhar o intelecto do aluno, dar aulas, ensinar e, além disso, educar. Hoje, não temos segurança para lecionar, principalmente os profissionais da
rede pública de ensino, justamente pelo público abandonado, refletindo nas salas de aula, onde o descaso com a educação faz os alunos externando essa sociedade que estamos vivendo”.
Outra reportagem foi exibida pelo Fantástico no último domingo (09), mostrando mais uma vítima de agressão por alunos. A refém dessa vez, foi a professora Rosângela Perleto, em Carapicuíba, em São Paulo, que no início desse mês, foi exposta através de um vídeo sendo violentada verbalmente com xingamentos, além de cadernos arremessados por eles com o intuito de violentá-la. A reportagem exibiu ainda, reportagens anteriores abordando a mesma questão, fazendo um balanço de que essa situação só tem crescido pelo país.
Para Marcus Ferreira, também professor do município de Macaé “é uma questão complicada de se conviver, sendo importante mover ações para mudar esse cenário. Em casos de escolas da rede pública, onde isso mais acontece, é fundamental a realização de Políticas Públicas a fim de diminuir essas questões. Quanto às escolas da rede privada, englobar as famílias cada vez mais ao espaço educacional, integrando-as no cotidiano de seus filhos de maneira precisa, para que casos absurdos não aconteçam mais em nosso Brasil”.
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